Sem cinismos

O tema hoje aqui no escritório é o facto de estarmos em crise, ninguém têm dinheiro (ou fazem que não têm) e depois as lojas estão cheias e transbordar de pessoas a comprar, a comprar e a comprar. Ás vezes, por puro cinismo, compramos até para pessoas que não nos dizem nada.
Torná-mo-nos consumistas ao mais alto nível, gastamos o que temos e até o que não temos e mesmo sem que se possa, compra-se.
Eu sou apologista de dar. Mas dar apenas às pessoas próximas, àquelas de que gostamos verdadeiramente. Sem cinismos. Obviamente que para dar às pessoas que gostamos não tem que ser no Natal, não temos que gastar mundos e fundos nesta época. Quem gosta dá sempre, durante todo o ano. Nem que seja um miminho, um beijinho, um carinho. Quando menos se espera.
Para mim o Natal é o estar com pessoas de quem gosto muito, num jantar que muitas vezes é idêntico a tantos outros (à excepção de ter mais variedade de comida), em que o meu pai passa a tarde a cozinhar (como em tantos dias) e nós a fingir que ajudamos. Não há cinismo na comida: Porquê que haveria de ter que ser Bacalhau com todos? Não tem. Em que damos presentes sim, mas em que cada um dá o que pode. Em que não há stressados, nem mal humorados. E somos felizes assim.

C, *