quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A minha ama

Eu nunca andei num infantário. Até entrar para a primeira classe o meu contacto com todo aquele mundo que englobasse crianças era apenas com filhos de amigos dos meus pais ou vizinhos (como é o caso do meu amigo T. e B. que são meus amigos há mais de 24 anos, ainda eu não era nascida, o T. morava no apartamento ao lado do nosso, o B. por cima, lol).
Mas também nunca fiquei com familiares. Nem avós, nem tios. Nada disso. Eu sempre tive uma ama. A minha ama. Era só minha porque eu era a única criança que ela tomava conta. A minha ama Ana vivia numa vivenda em frente ao nosso prédio e eu estive lá, sensivelmente, até ter 10 anos! Uma década da minha vida foi vivida com ela. E com o marido, o Zé, que como eu gosto de chamar o meu amo. Fui tão feliz. Simplesmente adorava. Gostava tanto de ali estar. Os meus pais deixavam-me de manhã e iam buscar-me de tarde quando saíam do trabalho. Aquelas horas do dia eram uma delícia. Recordo-me de brincar horas a fio naquele quintal enorme, de fazer comidinhas com terra, de dar comida às galinhas, de perseguir as formigas (sempre tive pena delas, adorava-as), de brincar com os pássaros (tinha uma gaiola gigante no quintal, maravilhosa, que parecia uma verdadeira casa mas para pássaros, cheia de janelas e portas), de ver filmes, da minha ama me pentear os cabelos com a minha escova rosa e por ganchinhos e laçinhos, os meus pais faziam sempre questão de fazer os meus aniversários lá (o Zé enfeitava tudo com aqueles enfeites do São João que sobravam das festas da cidade e era um máximo), sempre grandes festas, brincava muito com o Ring (um cão gigante, que não sei bem a raça, que me adorava e deixava-me fazer-lhe tudo... não me lembro bem dele porque morreu :( e acho que foi a partir daí que ganhei medo a cães - algo que actualmente já não tenho)...
Para terem noção do quanto eu gostava de lá estar que uma das minhas célebres frases de infância era "não gosto da noite, mata a noite, porque eu não quero ir para a casa" :) ahah

P.S. Tenho saudades da minha ama. E pena porque devia visitá-la mais vezes e não o faço. O tempo passa a correr e quando vou a casa, ao fim-de-semana, as horas são contadas. Mas neste Natal não pode falhar.

C.

6 comentários:

  1. Também tive amas (4) e todas elas eram boas. Mas a melhores de todas era a D. Joaquina, uma velhinha super fofa que me fazia as vontadinhas todas e só me dava coisas boas para comer...mas infelizmente já faleceu!!!

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  2. Eu também cresci numa ama. E infelizmente sofro do mesmo mal que tu. Nunca tenho tempo para a ver.

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  3. Oh que história parecida com a minha, também tive uma ama junto com a minha irmã ;) Ainda agora trocamos prendas de Natal e de aniversário com ela! Tenho pena que já não esteja tão bem de saúde e que não a possa ver tanto quanto desejava!

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  4. Tens mesmo que visitá-la mais vezes, as pessoas não duram para sempre e mais tarde vais desejar ter arranjado tempo para uma coisa tão importante!
    Bj S

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  5. Eu não tive ama, mas tinha uma senhora amiga da minha avó que ia lá casa preparar-me para ir para a escola, porque os meus pais saiam mais cedo para o trabalho!
    Fizeste-me lembrar dela, gostava dela como uma avó!

    Beijinhos

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  6. Ohhh que engraçado :):) Passava-se o mesmo comigo mas eu era na casa da minha avó...e eu gostava tantoo :):)

    Beijinho*

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